domingo, 11 de setembro de 2011

Influencia da educação no crescimento econômico sustentável de uma cidade

Confesso que fui influenciado pelas várias notícias de crise que estou vendo aqui na Itália, assim como por uma declaração do presidente Italiano, Sr. Giorgio Napolitano, de que “o país necessita de mais atividades nos campos da pesquisa e desenvolvimento, para gerar inovações, as quais ajudem o país a retomar o crescimento”. Diante dessa declaração, hoje volto ao tema da influência que a educação pode ter no ciclo de desenvolvimento econômico de uma cidade. Um caso interessante pode nos ajudar a ilustrar essa argumentação.

Sete Lagoas tem sido beneficiada com a atração de vários investimentos industriais de grandes empresas nacionais e multinacionais, provavelmente devido à sua relativa proximidade a Belo Horizonte e a localização privilegiada às margens da BR040, o que constitui uma facilidade logística para o escoamento de bens para o centro-oeste, norte e nordeste. Ocorre que enquanto alguns desses investimentos se limitam à instalação de plantas fabris, outros incluem a implantação de centros de desenvolvimento de produto e mesmo a implantação de serviços de assistência técnica aos bens de capital produzidos, como caminhões, veículos militares e veículos ferroviários.

Em qualquer dos segmentos industriais acima existe a necessidade de engenheiros mecânicos, engenheiros eletrotécnicos e engenheiros eletrônicos, e mesmo engenheiros químicos e de materiais, para a realização das atividades de pesquisa e desenvolvimento; sejam elas voltadas para o produto, ou para a criação dos processos de produção; sejam mesmo para a operação do processo produtivo e o desempenho das atividades voltadas à qualidade e à manutenção.

Ocorre que devido à inexistência de cursos de engenharia dessas modalidades em Sete Lagoas, as indústrias que ali se instalaram se vêem obrigadas a trazerem profissionais de fora da cidade (eu mesmo cheguei a Sete Lagoas dessa maneira). Esse aspecto cria grandes dificuldades ao processo de recrutamento e seleção, visto que a parcela de pessoas que esta disposta a mudar de cidade não é muito elevada, fazendo com que muitas vagas permaneçam meses e meses em aberto. Ainda, nem todos aqueles que chegam à cidade, criam raízes e como conseqüência disso existe uma elevada rotatividade de mão-de-obra altamente qualificada, trazendo varias dificuldades à gestão do conhecimento, que essas empresas têm que desenvolver, além dos custos financeiros decorrentes de uma posição em aberto, que deixa de gerar riquezas.

Existe ainda o fato de que para que a população Sete Lagoana possa fazer parte desse processo de desenvolvimento econômico da cidade, participando das atividades de pesquisa e desenvolvimento, precisa buscar estudar em cursos de engenharia em outras cidades, como Belo Horizonte, perdendo um tempo precioso em deslocamento diário, o qual poderia ser dedicado ao estudo.

Por fim, há que se considerar a urgência dessa medida, pois se implantássemos hoje esses cursos, os primeiros alunos se formariam somente daqui há 5 anos e se tornariam profissionais de nível sênior, com condições de ocuparem posições de liderança daqui há cerca de 11 a 15 anos.

Caso você entenda que a implantação de cursos nas áreas de engenharia elétrica, mecânica, mecatrônica, materiais e química, seja uma boa idéia para a nossa cidade, convido-lhe a escrever aos reitores da UNIFEEM ou da UFSJ dando-lhes essa sugestão, ou mesmo, procure o seu deputado federal, de maneira que também ele possa ajudar a intervir junto ao Ministério da Educação e à reitoria da UFSJ.

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